O papel da Psicologia no tratamento da Obesidade



A obesidade constitui um grave problema de saúde pública na atualidade. Isto se deve ao fato de estar associada a quadros de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, complicações cirúrgicas, doenças articulares degenerativas, esteatose hepática, câncer e outras situações clínicas que podem, inclusive, levar a morte do paciente. A obesidade é definida como um excesso de tecido adiposo no organismo devido a uma ingestão calórica que supera o gasto calórico. O desenvolvimento da obesidade sofre interferência de fatores genéticos, culturais e ambientais e é reforçado através de comportamentos inadequados relativos à alimentação e pelo sedentarismo. Atualmente a obesidade é definida a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) representado pela seguinte fórmula:

IMC = PESO (Kg) ÷ ALTURA (M)
Resultados normais = 20 e os 25
Excesso de peso = 25 e os 30
Obesidade = Superior a 30
Obesidade Mórbida = Superior a 40

A obesidade está relacionada a uma séria de fatores. Observa-se o fato de pessoas obesas geralmente possuírem regras alimentares inadequadas desde a infância. Ao avaliar a pessoa com obesidade é necessário avaliar o papel que a alimentação exerce na sua vida. A ingestão alimentar excessiva pode estar relacionada ao aprendizado de maus hábitos alimentares e pouca preocupação com a qualidade de vida, assim como a distorções cognitivas e dificuldades emocionais. Muitos obesos encontram satisfação e alívio de sentimentos como tristeza e ansiedade através da ingestão de alimentos, desta maneira acabam comendo excessivamente quando se sentem mal emocionalmente. Em muitos casos os obesos têm uma auto-estima baixa, assim como problemas com auto-imagem. Eles sentem seus corpos feios e acham que as outras pessoas os encaram com desprezo e rejeição.
 O tratamento da obesidade necessita da atuação multiprofissional, envolvendo orientação médica, nutricional, educação física, psicológica entre outros. O tratamento psicológico busca avaliar os fatores que influenciam a manutenção de hábitos que favorecem a obesidade. A psicoterapia auxilia na adoção e manutenção da reeducação alimentar, reeducação física e propõe uma série de estratégias a fim de adquirir e manter hábitos mais saudáveis.
Ao iniciar o tratamento é necessário realizar um apanhado histórico a respeito do sobrepeso, padrões alimentares e de atividade física do paciente. Aliado a isto, é necessário identificar os problemas relacionados ao sobrepeso, ou seja, fatores na vida do paciente que possam estar contribuindo para a sua manutenção, tais como estresse, dificuldades sociais, problemas emocionais, entre outros. Também é necessário avaliar as crenças em relação ao peso, forma corporal e a alimentação, e quando estas são desadaptativas, busca-se realizar uma reestruturação cognitiva a fim de adaptá-lo melhor a sua realidade.  
A partir de então criam se estratégias para lidar com tais problemas e facilitar a conquista dos objetivos da terapia. O paciente aprende técnicas para automonitorar e controlar seus pensamentos e comportamentos, assim como técnicas para manter o seu peso desejado e para prevenir recaídas.

Referências Bibliográficas:

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Meyer, E. Reeducação alimentar. In Knapp, P. e Cols. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Scherer, A. A. ET AL. Ambutal: Uma experiência interdisciplinar realizada no âmbito do tratamento de transtornos alimentares e de obesidade na região da grande Florianópolis, SC. Revista Ceres, nutrição e saúde; vol. 6, nº3; p.163-174, 2001.
Tavares Filho, T. E; Magalhães, P. M.S.; Tavares, B.M. A Terapia cognitivo-comportamental e seus efeitos no tratamento dos transtornos do comportamento alimentar. In Revista de Psicologia da IMED, vol.1, n.2, p. 160-168, 2009

Andresa Soster - Psicóloga
Clínica Solaris Av. Benjamin Constant, 169, 205, Centro-Gravataí/RS – Contato: apsoster@gmail.com

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